Aprovação da metodologia pelo Conselho

Não existe uma receita de bolo para o exercício do planejamento estratégico. Cada caso é um caso, que depende dos recursos e ferramentas disponíveis, das restrições impostas pelo contexto, da formação dos apoiadores e do nível de maturidade das políticas públicas orientadas à promoção e proteção dos direitos da pessoa idosa do território.

Uma regra geral é de que o nível de profundidade do exercício de planejamento deva ser condizente com o estágio de amadurecimento do território. Deve-se seguir a sabedoria popular que diz que não se deve detalhar muito aquilo que se conhece pouco.  Dessa forma, nos primeiros exercícios de planejamento o “menos é mais”. Portanto, no início, a escolha do que se deve priorizar, detalhar e formalizar é de extrema importância e torna claro que qualquer planejamento é um exercício de escolhas, as quais devem estar muito bem fundamentadas. 

Recomenda-se a elaboração de um “plano estratégico ágil”. De forma simplificada, a metodologia ágil tem como premissa a elaboração do planejamento para ciclos curtos. Dessa forma, não se espera muito para avaliar os resultados das ações priorizadas e o ciclo pode ser repetido, dessa vez com mais informação.  Outra característica da metodologia é centrar o foco da ação nos indivíduos, isto é, as diretrizes devem atender os desejos, necessidades e prioridades da população idosa do território. Dessa forma, o planejamento requer entendimento profundo dos indivíduos, bem como das condições oferecidas pelo território. Os responsáveis pela elaboração do plano estratégico deverão contar com a participação de representantes da população idosa, aprender muito com eles e com a sua jornada, e não perder o foco da resolução dos problemas dessa população específica.

Além disso, conforme comentado anteriormente, estimula-se a elaboração e revisão do planejamento estratégico em ciclos curtos, gerando versões do plano que são boas o suficiente para orientar as ações no ciclo e que possam ser revisitadas, gerando versões mais completas e que espelham o amadurecimento dos temas.

Essa prática melhora a eficiência no uso do tempo e dos outros recursos. Portanto, comece com o detalhamento das ações de curto prazo. Deixe para detalhar o restante à medida que as políticas públicas do território amadureçam.

Por fim, deve-se ter clareza de que as políticas públicas devem atender a toda a população com mais de 60 anos do território. Esse grupo, representa aproximadamente 14% da população brasileira e não é homogêneo. Por exemplo, são evidentes as diferenças entre as necessidades das pessoas com idade entre 60 e 70 anos e os mais longevos, depois dos 85 ou 90 anos.

Ainda que os temas relacionados à população mais vulnerável sejam extremamente relevantes e devem ganhar prioridade nos debates, as políticas públicas devem atender a todos, independentemente das condições socioeconômicas, convicções, gênero, .... Espera-se que no futuro a nossa sociedade seja cada vez mais inclusiva, tolerante, transgeracional e que as políticas públicas sejam transversais, permitam acesso aos benefícios da vida em coletividade e sejam compreensivas com as diferenças, acolhendo os vulneráveis e integrando-os à convivência.

 Os desafios vão muito além dos cuidados obrigatórios com idosos institucionalizados ou de melhores condições para o envelhecimento saudável por meio de socialização, alimentação e atividades físicas. O envelhecimento, enquanto fenómeno complexo e diverso, traz grandes desafios em diversas áreas das políticas públicas. Integrar essa população significa dar atenção às iniciativas de mobilidade, acessibilidade, trabalho e geração de renda, otimização do uso de equipamentos públicos, serviços adaptados, educação, cultura, acesso à informação, luta contra a violência urbana, diversidade, integração, isolamento e saúde preventiva. Portanto, a agenda é muito complexa. Mas, usando mais uma vez a sabedoria popular, toda longa jornada deve começar com os primeiros passos. Mas, para evitar desperdícios, é muito importante que eles sejam dados na direção correta.

Agora que já compreendemos a relevância de se realizar o planejamento, inclusive para otimizar os recursos disponíveis, vamos colocar em prática e compreender melhor como devemos nos preparar e colocar em prática tudo que se espera em cada ciclo do planejamento.

 A elaboração do planejamento estratégico é um projeto e, portanto, recomenda-se fortemente uma apresentação completa aos membros do Conselho antes do início das atividades. A apresentação deve ser feita em uma reunião ordinária do Pleno do Conselho.

Durante a reunião devem ser apresentados, com detalhes os seguintes pontos:

  • as razões que motivaram a elaboração do plano estratégico para o Conselho;
  • os objetivos e metas que se pretendem conseguir com a elaboração do plano;
  • a descrição da metodologia que será utilizada durante a elaboração do plano. Os conselheiros devem entender como a metodologia poderá auxiliar no atingimento dos objetivos e metas;
  • informar qual será a comissão encarregada pela condução do projeto e que serão convidados membros da rede de proteção da pessoa idosa para colaborar no processo;
  • a dedicação necessária dos participantes (frequência e duração das reuniões, local onde serão realizadas, ...);
  • o cronograma da iniciativa para o ano.

Ao final da apresentação os conselheiros deverão deliberar sobre o tema e a sua decisão ficará formalizada na ata da reunião.

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